este texto faz parte do desafio do clube de leitura realizado no final de dezembro/18 e início de janeiro/19
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A história de Reiroukan Kenzai Nariya, ou em
inglês, Is Reiroukan Still Alive? começa quando o estudante universitário Genta,
se muda para a luxuosa pensão do título, atraído, entre outras coisas, pelo
aluguel surpreendentemente barato. Imediatamente após a mudança, ele fica
sabendo que em breve a pensão será derrubada para dar lugar a uma estrutura
mais moderna.
Reiroukan foi a primeira série
de Tomi Akihito. O autor debutou na Comic Beam, onde foi premiado com menção honrosa pela história curta Aoi Udedokei. A revista é conhecida,
entre outras coisas, por ter publicado Emma, de Mori Kaoru. E a princípio a
arte de Tomi se assemelha muito à de Mori: ambos dão muita atenção aos detalhes
que deixam os movimentos, cenários e objetos com excessivamente realistas. Esse realismo se estende ao desenho dos corpos, com exceção das feições (e dos cabelos, de vez em quando) que, bidimensionais, acabam ficando
meio “espalhadas” pelo rosto. No entanto, quando Tomi quer e a situação cômica pede, os designs
ficam mais maleáveis e caricatos, e essas ocasiões me divertiram mais que as
vestimentas hiperdetalhadas da Mori (desculpe!).
O Salsicha de Reiroukan
Apesar da premissa semelhante a outros mangás de
comédia romântica situados em pensões, o autor está consciente dos tropos e
clichês, e sempre retorce ou simplesmente ignora certos rituais do gênero,
deixando a leitura bastante dinâmica. Apesar de começar com Genta, a
história está longe de girar em torno dele. Somos logo apresentados aos outros moradores excêntricos e, em sua
maioria, detestáveis, da pensão, e os
capítulos seguem numa série de vinhetas sobre suas vidas diárias. As únicas
personagens que não testaram minha paciência foram Youko, a exuberante senhoria
da pensão, que protagoniza as melhores cenas do mangá; Souya, um silencioso estudante
de arquitetura; e Ayano, a ciumenta namorada de Genta. Esta última não mora na pensão e bom... Quem já
consumiu esse tipo de história sabe o que acontece com essa personagem. Como eu
disse, ele ignora só certos rituais
do gênero e outra coisa que há de sobra são momentos ecchi muito bem
desenhados.
Não só de estripulias
romcom vive a história. Durante a leitura somos ocasionalmente lembrados da iminente
destruição da pensão, plot que culmina numa sequência silenciosa muito emotiva,
e o ápice do mangá. No geral, foi uma boa leitura, e particularmente a
redescoberta de um autor no qual eu não tinha prestado atenção em anos
anteriores.
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