Terminei
de ler o livro Battle Royale, de Koushun Takami, e eu fiquei como?! Chorosa,
como sempre. Quando concluo um livro muito bom, fico em depressão até começar
outro. Minhas reações osciliram muitas vezes: confusão, raiva, felicidade… Não
é de se espantar. Quem leu, vai entender sobre o que estou falando.
A obra
teve sua publicação em abril de 1999, com extensões para mangá e filme (que eu
nem li e nem vi ainda – nem pretendo). Eu sempre quis ler esse livro, mas nunca
tinha achado pra download (prefiro físicos, mas dinheiro que é bom a gente não
tem, né?), até que num belo dia, estava eu no estágio e abri um site em que
sempre baixo livros gratuitos. E quem estava lá? Battle Royale! O BERRO QUE EU
DEI na hora foi de felicidade. Assim que cheguei a minha casa, comecei a
devorá-lo.
Editora Globo, 2014
Seguinte:
tenha em mente que você não pode se apegar a nenhum personagem (eu fui tonta o
suficiente pra gostar de alguns e depois foi só decepção). A narrativa nos
mostra um Japão, conhecido no livro como República da Grande Ásia Oriental,
numa sociedade futurística e distópica – termo usado para descrever sociedades,
ou um mundo, comandadas por um governo totalitarista, opressor e autoritário.
Inicialmente eu fiquei um pouco perdida. Me perguntei: “que diabos tá
acontecendo?”, até que finalmente comecei a entender o bendito contexto. De
tempos em tempos, 50 alunos do 9° ano de alguma escola secundária são
selecionados aleatoriamente para entrar num jogo. Sim, amigos, lá vem a bomba:
um jogo de vida ou morte (mais morte, no caso). Da Escola Secundária Shiroiwa,
são convocados 42 estudantes. O que parecia ser uma viagem de campo, se torna
um grande pesadelo quando os alunos acordam numa sala de aula, localizada em
uma ilha que foi desabitada. E é aí que o pesadelo começa. Somos apresentados a
um professor carrasco barra sociopata por quem eu tenho um ódio profundo. Se
você desobeder a alguma regra do Programa (como se chama o maldito jogo), você
morre. Coleiras são presas ao pescoço dos estudantes e servem para rastrear,
gravar conversas e, claro, matar.
Mortes
acontecem antes dos estudantes entrarem em campo de batalha – vale ressaltar
que as 42 mortes são descritas (e muito bem) conforme o desenrolar da história,
apesar disso apenas um estudante pode sobreviver. Para matarem umas às outras,
são disponibilizadas armas e kits de sobrevivência para cada pessoa. Umas têm
mais sorte, outras nem tanto. Questões sobre amizade e confiança são postas à
prova. Vários pensamentos me ocorreram na hora em que eu lia o livro: “pior do
que Game of Thrones”; “que droga, não tenho a mínima ideia de quem vai vencer
isso”; “meu Deus, nunca li um livro tão violento”, e por aí vai. Para mim, o
livro teve um final surpreendente, inesperado.
Sinceramente,
eu gostei bastante do livro e ele entrou para a minha lista de favoritos. Com
664 páginas, a escrita é dinâmica, fácil e nada cansativa. Você nem sente
o tempo passar enquanto o lê. Ouvi falar dessa obra em uma resenha acerca de
Jogos Vorazes (2008), de Suzanne Collins, na qual descrevia em como ambos os
livros são parecidos. Não me entendam mal, eu amo a trilogia Jogos Vorazes, mas
acredito que Suzanne tenha se inspirado na história de Koushun Takami – mesmo
ela dizendo que não. Battle Royale vai muito além da violência, ele trata de
questões sociais e políticas, nos fazendo questionar sobre como sobreviveríamos
numa sociedade onde fôssemos obrigados a fazer algo que não quiséssemos por
sermos frutos de um sistema.
E se
você fosse um dos jogadores do Programa?
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